Fotos: Juliana Grave
Chegamos as 08:03h, com garrafas de água e frutas nas mãos, num calor escaldante, no espaço para a seleção. A nossa primeira interessada, e de olhar doce e ingênuo, mas com fé no semblante e jovialidade firme, louca para fermentar, no primeiro instante disse, "é que eu quero ser atriz, sempre sonhei com isso". Era 08:10 e suspiramos aliviados, pois se chegássemos sete minutos depois, não seria a mesma cena que vimos quando ela veio se aproximando e sentando na cadeira, um pouco nervosa, mas natural, simples e natural. E foi isso que permeou as nossas seis horas de trabalho, muita gente interessada, e acima de tudo, especial. Foram quase 40 interessados que ali se inscreveram e conversaram conosco pessoalmente, e além de tudo, realizaram alguns exercícios que propomos, como improvisações em cima de uma letra de música e de um poema de Torquato Neto. Tivemos também algumas visitas inesperadas, de amigos de Torquato, que conviveram com ele na época, como Arnaldo Albuquerque e o já parceiro, Durvalino. Neste instante havia um número grande de pessoas que já haviam se inscrito, e como mais nenhuma pessoa chegava, Juliana Grave, atriz, produtora e também idealizadora deste vagalume que ilumina o seu próprio caminho em busca de mais luz, resolveu realizar um exercício coletivo de corpo e voz com todos, o que nos encantou. Algo breve, mas profundamente especial. O "start" já tinha então sido dado. E dividido entre dar atenção aos ilustres visitantes, e registrar aquele momento com alguma câmera, dei atenção á todos, vendo á tudo, num contato pessoal, sem pontes, de olhos desnudos, como espectador em uma arena. As 14:00h fomos para o Hotel almoçar e seguir viagem, teríamos três horas de vôo entre Teresina e São Paulo, o que seria pouco tempo para comemorarmos voando. Aterrisamos, e cá estamos, loucos para fermentar, como a doce ingenuidade daquela primeira menina que nos viu na sala, e com os seus olhos falou " a gente tem sempre que correr atrás dos sonhos da gente, né?!". Pois é, tem sim, e estamos correndo atrás dos nossos, que são os deles também! O nosso vagalume está mais forte, e segue, segue, segue...